Etapa escolar do “Estrelas do Conhecimento” surpreende avaliadores

Lançada oficialmente em abril, a “Estrelas do Conhecimento – Feira da inovação, ciência e tecnologia”, uma promoção do Governo de Estrela por meio da Secretaria Municipal de Educação (Smed), segue com seu cronograma. Ocorre ao longo da semana a etapa escolar da nova iniciativa educacional, quando são apresentados e selecionados os trabalhos que irão compor a programação aberta ao público, marcada para ocorrer de 25 a 27 de agosto, no Porto de Estrela, mas que há meses já mobiliza alunos estrelenses em torno de seus projetos. A iniciativa que prevê a participação de aproximadamente 2.2 mil alunos do Ensino Fundamental da rede municipal e suas propostas, o que direta e indiretamente também promove o envolvimento de professores, familiares e outros, tem desde já surpreendido tanto a pais como também educadores e em especial avaliadores.

Desde o lançamento em abril, em evento ocorrido Sociedade Ginástica de Estrela (Soges), quando inclusive contou com palestra da educadora Débora Garofalo, eleita entre os dez melhores professores do mundo pelo Global Teacher Prize – considerado o Prêmio Nobel da Educação, a feira tem mobilizado turmas das nove escolas do Ensino Fundamental do município. Divididos em grupos e classes (Anos Iniciais e Finais), os alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental da rede municipal elaboraram trabalhos e projetos com os mais variados temas e objetivos. Ao todo 360 foram inscritos. Agora, estes estão sendo avaliados por uma banca de avaliadores formada por educadores da Univates, parceira da comissão organizadora, já impressionada com a diversidade e qualidade das propostas. Os 60 projetos mais bem avaliados pelos avaliadores em diversos requisitos serão selecionados para fazerem parte do corpo da feira. Haverá premiação para os três primeiros colocados, nas categorias Anos Iniciais e Anos Finais, assim como para os seis professores-orientadores dos grupos. Os finalistas participarão da Feira de Ciências da Universidade do Vale do Taquari (Univates), que ocorrerá em outubro de 2022, e a Motratec, feira de ciência e tecnologia realizada anualmente pela Fundação Liberato na cidade de Novo Hamburgo.

Diversidade

As avaliações iniciaram nesta segunda-feira (04) e irão se estender até o próximo dia 09. Nesta terça-feira (05), três escolas foram ponto de visitas das comissões avaliadoras, em cenários bastante distintos que demonstram o envolvimento global do projeto. Uma, a Emef Odilo Afonso Thomé, no Bairro Imigrantes, de onde é possível ver os carros da BR-386. Outras, a Emef Pedro Jorge Schmidt, no Distrito de Delfina, e a Arnaldo J. Diel, na Linha Lenz. De ambas é possível ver animais pastando pelas janelas. A diversidade e criatividade estavam de certa forma representadas nas diversas temáticas trabalhadas nas três escolas. Dos efeitos da erupção de um vulcão ou da força dos ventos aos que uma bomba atômica causaria hoje. Da testagem em animais aos processos práticos da mumificação da era egípcia nos dias atuais. Da depressão na adolescência ao bullying e à dificuldade do ingresso das mulheres no machista mundo dos esportes; como também experimentos envolvendo eletricidade e limão ou mesmo carros movidos a ar; da evolução dos foguetes a outros tendo músicas e jogos eletrônicos educacionais como foco.

Avaliação

Rebeca Jéssica Schmitz é coordenadora da Engenharia Civil da Univates. Nesta terça (05) era uma das 50 avaliadoras dos trabalhos. “Estão me surpreendendo. Não que eu não esperasse boas propostas, mas são bastante significativos os temas tratados. Claro que alguns trabalhos se destacam mais que outros, mas em sua grande maioria se mostram interessantes e de bom conteúdo”, diz. “Talvez seja o resultado de diversas causas, sendo que a primeira é que foram feitos a partir de iniciativas próprias e que envolveram temas de interesses deles. Foram estruturados de uma maneira que sinalizam e provam o envolvimento e engajamento deles”, completa, ao sair da apresentação de um trabalho sobre a depressão na adolescência. As autoras foram Pâmela Kusminsky Erichsen, Kemilly Thailine Fernandes e Karoline Hunning. Elas justificam o tema do estudo e que originou uma pesquisa com os próprios alunos da Emef Odilo Afonso Thomé. “É algo interessante. É um assunto que faz parte do dia a dia de muitos alunos, conhecemos casos, também presente em programas de TV. Usamos a plataforma do Google para elaborarmos uma pesquisa que foi respondida por 126 alunos do 2º ao 9º ano de nossa escola, e assim pudemos até conhecer melhor a juventude de nossa escola”, explica Pâmela, ao detalhar os resultados da pesquisa para outro avaliador.

Gustavo Reisdörfer é professor de Engenharia Química na Univates. Era outro que preenchia completas cartilhas de avaliação a cada nova apresentação recebida. “Sem querer ser demagogo, mas há trabalhos muitos inteligentes, que mostram que os alunos têm curiosidades relacionadas a temas do dia dia deles e assuntos curiosos, em uma relação entre o que aprendem em sala de aula com suas vidas e interesses”, avalia. “A feira desde já traz bons resultados aos estudantes, pois igualmente já despertaram neles o desejo de fazerem algo criativo, interessante. E tu olhar para o lado e ver o projeto do teu colega também bom, ou na sua visão, melhor que o seu, vais lhe incentivar a da próxima vez a seres ainda melhor ou mais criativo, diferente.”

Quando e onde?

A primeira edição da “Estrelas do Conhecimento” ocorrerá nos dias 25, 26 e 27 de agosto, no Porto de Estrela. Na área será montada uma grande estrutura com Praça de Alimentação, Museu Itinerante, Planetário, oficinas, incluindo robótica e Dino do Sebrae. A entrada será franca e o horário de funcionamento será das 9h às 21h, na quinta e sexta-feira. No sábado, dia 27, a visitação encerra às 16h.

A “Estrelas do Conhecimento” é uma realização do Governo de Estrela, por meio da Secretaria Municipal de Educação, com o patrocínio do BRDE (Conheça linhas de financiamento em brde.com.br), Sicredi, Folhito, Abase, Nexsul, FTD, Paper e Launer Química.

Texto: Rodrigo Angeli

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