- INTRODUÇÃO
A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da África durante o longo período em que durou o tráfico negreiro. A diversidade cultural da África refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. As influências da cultura africana ficaram evidentes através da culinária, músicas, danças e religião.
Estudar, conhecer a cultura negra é estabelecer aos alunos o quanto os negros são importamtes para a nossa sociedade, o quanto eles sofreram e continuam sofrendo através do preconceito, do racismo, da rejeição. Vivemos em uma sociedade preconceituosa, que pratica o ato do racismo com frequência. Por isso é preciso pensar e repensar práticas cotidianas com mais zelo, principalmente as pedagógicas, pois são nelas que estão alicerçados os valores quais pretendemos perpetuar sobre as gerações, pois como observa Pedroso (1999), “um povo que não tem raízes acaba se perdendo no meio da multidão. São exatamente nossas raízes culturais, familiares, sociais, que nos distinguem dos demais e nos dão uma identidade de povo e de nação”.
- METODOLOGIA
O trabalho teve como metodologia atividades práticas, lúdicas e saídas de campo, como: o vídeo da história de como os Negros chegaram no Brasil; leitura do livro OBAX, história de Zumbi dos Palmares, leitura da história Abayomi de Elba Lyrian, confecção da boneca Abayomi, brincadeiras africanas; confeção da árvore BAOBÁ; confeção da chuva de flores apresentado no livro OBAX; confeção de instrumentos musicais de origem africana; leitura da lenda das máscaras africanas e recriação das mesmas, dança das máscaras, roda de conversa sobre a estátua Menna Barreto que está situada praça do município com uma historiada da região; passeio para conhecer a árvore BAOBÁ roda de conversa com o grupo Afroblack.
- RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trabalhar as histórias Africanas permitirá um resgate das nossas origens, sensibilizando aos alunos que a cultura negra nos trouxe muitas contribuições para a nossa língua, culinária, costumes… formando a identidade de nosso país.
Com este projeto podemos refletir sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no processo de construção de nosso país, estado e comunidade. Em meio à diversidade de valores e culturas na qual estamos inseridos, faz-se necessário repensarmos nossas ações diante das atitudes de desrespeito.
Contudo, percebe-se a necessidade de um trabalho constante desde os anos iniciais, proporcionando debates, momentos de reflexão e valorização da Cultura Negra, compreendendo sua importância para diálogo e convivência respeitosa com a diversidade.
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Articular educação e identidade negra é um processo de reeducação do olhar pedagógico sobre o negro. A escola, como instituição responsável pela socialização do saber e do conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, possui um papel importante na construção de representações positivas sobre o negro e demais grupos que vivem uma história de exclusão. Mais do que simplesmente apresentar aos alunos dados sobre a situação de discriminação racial e sobre a realidade social, política e econômica da população negra, a escola deverá problematizar a questão racial. Essa problematização implica descobrir, conhecer e socializar como os negros chegaram no Brasil, estudando referências africanas e expressas na linguagem, nos costumes, crenças, na arte e nos saberes da nossa sociedade. Essa é mais uma estratégia pedagógica que, na minha opinião, toca de maneira contundente nos processos identitários dos negros e possibilita a construção de representações positivas tanto para estes quanto para os demais grupos étnicos/raciais.
A análise das diversas estratégias pedagógicas aqui apontadas poderá nos mostrar, a realidade sobre a cultura negra, a discriminação da construção de uma representação social negativa sobre o “ser negro” no Brasil, nós, os negros, construímos uma história rica de reação e resistência, produzimos cultura e impregnamos no Brasil a nossa estética.
Com isso, podemos dar continuidade no processo de formação humana que extrapola os muros da escola, incluindo a identidade negra como processo histórico, social e cultural.
- REFERÊNCIAS
PEDROSO, Sérgio Flores. A carga cultural compartilhada: a passagem para a interculturalidade no ensino de português língua estrangeira. Campinas, 1999. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas.